quinta-feira, 15 de março de 2012

Noite de secar com o corvo Edgar - Xico Sá

Porque hoje é quarta-feira, dia de Copa do Brasil –essa Coluna Prestes da bola- e dia de Libertadores da América.
Dois torneios incríveis para os secadores de plantão.
Dois torneios que põem o corvo Edgar, minha agourenta ave de estimação, mais histérica do que nunca.
Está aqui no poleiro, à espera da rodada, de olho na várzea brasileira e de olho no Corinthians no México.
Aliás já vibrou muito com o seu Asa de Arapiraca, que bateu o Santa Quitéria (MA). Yes!
Mas gosta de secar mesmo são os grandes. Os Flas, os Flus, os Timões, os Palmeiras…
Porque secar, amigo, é mais divertido do que torcer.
Porque a vida é mata-mata, daqui ninguém sai vivo, ninguém escapa.
Apenas para os bem-nascidos e bem-planejados a vida é de pontos corridos.
Eu seco, tu secas, ele seca.
Nunca se secou tanto em São Paulo como agora. A cidade está partida ao meio, como o Visconde de Calvino. Metade corintiana, metade Cruz Azul do México a essa altura.
Gozar com o falo alheio, como diria  o amigo Sigmund, dando requintes intelectuais à psicanálise  de boteco, é melhor que o gozo próprio.
Ô, se é!
Secar é não saber sequer o nome de quem marcou o gol de quarta à noite no Anacleto ou na altitude boliviana.
Secar é relax. Se não está dando certo, mudamos de canal e secamos o outro jogo.
Meu melhor dia, minha virtuose de secador profissional foi num histórico Náutico 0 x 1 Íbis. Com direito a pênalti perdido e tudo.
O pênalti, aliás, é o êxtase do secador. Ele chega a se adiantar, no estádio ou no sofá, junto com o goleiro. Ele abre os braços, provoca, fala mal da mãe do cobrador bem ao pé do ouvido… Todo secador que se preza adivinha até o canto.
Quem você vai secar ou secou nesta quarta?
O corvo Edgar deseja uma péssima noite a todos os favoritos.

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